Para assinalar o Dia do Médico Cabo-verdiano, dia 17 de janeiro, a Ordem dos Médicos de Cabo Verde organizou uma cerimónia comemorativa, para a qual o Presidente do STJ, Juiz Conselheiro Benfeito Mosso Ramos, foi convidado para fazer uma alocução alusiva à data.
Depois de enaltecer o inestimável papel que os Médicos têm desempenhado no nosso País, desde a Independência Nacional, o que faz deles uma classe credora do maior respeito em Cabo Verde, o Presidente do STJ passou a fazer referência à necessidade de se ter em conta a evolução que a sociedade conheceu, particularmente depois da instauração da Democracia, com a concomitante aprovação de uma Nova Constituição, que reconheceu aos cidadãos um vasto catálogo de direitos fundamentais.
Num tal contexto, enfatizou o Presidente do STJ, os cidadãos tornam-se mais ciosos dos seus direitos, pelo que é normal que passem a ser mais exigentes e a exercer um maior escrutínio em relação ao desempenho de classes profissionais cuja autoridade outrora não se ousava questionar, como os magistrados, os advogados, os arquitetos, os médicos, etc. etc.
Daí a necessidade de a classe médica se preparar para a eventualidade de no futuro, e à semelhança do que se passa em realidades que nos são próximas, vir a ser confrontada como possíveis ações de responsabilidade, o mesmo se diga em relação aos estabelecimentos de saúde, o que obriga a trabalhar o vetor da prevenção, nomeadamente no que toca à necessidade de se melhorar a relação médico-paciente.
O Presidente do STJ ressaltou, entretanto, que, pelo seu percurso e pelo elevado profissionalismo de que tem dado provas ao longo dos anos, a classe médica cabo-verdiana saberá ajustar-se, sem sobressaltos, aos novos desafios.
Na cerimónia intervieram, ainda, o Bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Danielson da Veiga, bem como o Primeiro Ministro, Dr. Ulisses Correia e Silva, que presidiu à mesma.